A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O valor representa alta de 3.718,4% em relação ao mesmo período de 2021, quando a estatal registrou R$ 1,16 bilhão de lucro, devido, principalmente, aos impactos negativos da pandemia. Os dados foram divulgados pela companhia na noite desta quinta-feira (5/5).
Além do anúncio do balanço trimestral, a Petrobras também informou que o Conselho de Administração da companhia aprovou o pagamento de distribuição de dividendos no valor de R$ 3,715490 por ação preferencial e ordinária em circulação, totalizando um pagamento no valor de R$ 48,5 bilhões.
Em carta a acionistas, o presidente da estatal, José Mauro Coelho, disse que "a Petrobras está distribuindo os frutos de sua geração de valor para a população brasileira".
O alto lucro da empresa era esperado desde o início da semana, quando analistas e bancos especularam que a estatal teria ganhos líquidos acima de R$ 40 bilhões entre janeiro e março desde ano. Entre os principais fatores apontados para o recorde está a escalada do preço do petróleo no mercado internacional, impulsionada pela guerra na Ucrânia.
De acordo com o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Rodrigo Araujo Alves, os resultados do primeiro trimestre de 2022 da estatal mostram que a Petrobras segue na trajetória para se transformar numa companhia “muito mais sólida”. “Seguimos firmes em nossa trajetória de transformar a Petrobras em uma Companhia muito mais sólida, que investe de forma responsável e é capaz de gerar e distribuir riquezas para os nossos acionistas e para a sociedade”, avalia Alves.
“Nesse sentido, aprovamos remuneração aos acionistas de R$ 3,72 por ação ordinária e preferencial. Adicionalmente, apenas no primeiro trimestre, recolhemos o total de R$ 69,9 bilhões em tributos e participações governamentais, um aumento de 95% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado”, explica o diretor.
Desde janeiro, a estatal reajustou os preços do diesel e da gasolina duas vezes nas refinarias para cobrir a defasagem da paridade dos preços internacionais, impulsionados, principalmente, pela guerra na Ucrânia. O preço do barril do petróleo no exterior subiu de US$ 60,90, no primeiro trimestre do ano passado, para US$ 101,40 nestes três primeiros meses de 2022, uma alta de 66,5%.
A companhia também ressaltou o aumento nas exportações de petróleo, óleo combustível, com avanço de 60,8%.
Com isso, a receita líquida da companhia cresceu 64,4% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 141,6 bilhões. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de R$ 77,7 bilhões, alta de 58,8%, ante o primeiro trimestre de 2021.
A China foi responsável pela compra de 56% das exportações da Petrobras no primeiro trimestre de 2022, avançando nas compras do insumo.