Internacional
Guerra na Ucrânia completa 100 dias com Rússia atolada no ‘pior erro geopolítico de Putin’
Especialistas alertam que conflito deve se estender por mais um tempo e que o mundo precisa se preparar para um impacto econômico mundial
03/06/2022 10h30 Atualizada há 2 anos
Por: Fonte: Jovem Pam

O conflito entre a Rússia e Ucrânia completa 100 dias nesta sexta-feira, 3, e o saldo deixado é devastador, não só para os ucranianos que já registraram, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 10 milhões de refugiados, contabilizando os que deixaram o país e aqueles que estão deslocados internamente, mais de três mil mortos e cerca de US$ 600 bilhões em prejuízo, como para o restante do mundo, que se vê em um cenário de escassez alimentar, altas nos preços de combustível e petróleo e desordem global. 

 

Apesar de os últimos dias terem sido mais frios no confronto, especialistas alertam que não se pode acostumar com esse cenário e que nos próximos dias já devemos voltar a ter uma nova escalada da guerra, que já está em seu quarto mês e mostra uma Rússia atolada no pior erro geopolítico cometido pelo governo de Vladimir Putin.

 

Para o professor de relações internacionais do Insper Leandro Consentino, as conclusões que se pode ter desses primeiros cem dias é o próprio tempo de duração do conflito. “Muita gente dizia que seria um passeio de menos de uma semana e chegamos a cem dias com a Rússia atolada na guerra”, explica. “O custo saiu mais caro do que Putin poderia imaginar”. 

 

Outro ponto importante que ele relata é que o plano do líder russo para enfraquecer a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), não deu certo e o que “ele conseguiu fazer foi deixá-la mais forte e atrair o interesse de outros países, como Suécia e Finlândia”, que sempre adotaram uma postura de neutralidade, mas, em decorrência do prolongamento do conflito no Leste Europeu, entregaram a carta de solicitação para ingressar na aliança. “A Otan, que estava perdida, ganhou uma nova razão de existir”, explica o doutor em relações internacionais Igor Lucena.