Acusado de estupro, agressão, cárcere privado e ameaça a mulheres, o empresário brasileiro Thiago Brennand foi preso nos Emirados Árabes. Nesta terça-feira (18), três policiais federais devem seguir para Dubai para extraditá-lo. No sábado (15), as autoridades árabes assinaram a autorização. A decisão ocorreu no momento em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava no país. Ele se encontrou com o presidente Mohammed bin Zayed Al Nahyan em Abu Dhabi. A Polícia Federal deve enviar nesta terça (18) quatro policiais aos Emirados Árabes para trazer o empresário ao Brasil.

Thiago Brennand deixou o país no dia 4 de setembro do ano passado, mesmo dia em que o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia à Justiça contra ele por ter agredido a atriz e empresária Helena Gomes em uma academia. Contra Brennand há cinco mandados de prisão preventiva no país. As acusações são diversas e envolvem agressão contra uma modelo, sequestro, estupro de outras três mulheres.

EXTRADIÇÃO

Até domingo (16), o empresário cumpria medidas cautelares em liberdade nos Emirados Árabes. Em casos de extradição, normalmente, apenas dois agentes conduzem o preso. Contudo, devido a periculosidade do Brennand serão quatro. Conforme a PF, a extradição deve acontecer em poucos dias. O processo está sendo tratado pela Polícia Federal com o Ministério do Interior do país asiático. Contudo, ainda não há data definida para Brennand chegar ao território brasileiro. Ele estava desde outubro fora do Brasil.

AGRESSÕES CONTRA O FILHO

Foi revelado, em março deste ano, que o empresário, além de ter agredido uma modelo em uma academia, em São Paulo, uma nova denúncia surgiu contra Thiago Brennand. Um ex-funcionário, que trabalhou por 15 anos com o empresário, contou que o Brennand batia e dava choques no filho. As informações foram divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo, no dia 5 daquele mês. O ex-motorista disse que Thiago Brennand é “um cara desumano”, ele dava cotoveladas, choques e “porradas”. O funcionário revelou também que as agressões aconteciam na frente dele. “Ele se irritava, do nada. Se o menino não comesse o macarrão que ele queria, ele batia no menino”, revelou ao programa semanal.

O filho único do empresário Thiago Brennand, teve a rotina de agressões iniciada aos cinco ou seis anos. Os pais do adolescente se separaram quando a criança tinha dois anos. O menino morava com o pai. A mãe lutou pela guarda do filho na Justiça, que não foi concedida a ela. Ao Ministério Público, o ex-motorista prestou depoimento como testemunha. De acordo com o Fantástico, o caso de agressão contra o filho já é investigado.

ESTUPRO

O empresário é investigado por uma série de estupros e supostos rituais para tatuar as vítimas com as iniciais do próprio nome. Vítimas teriam relatado situações semelhantes em relação ao empresário. Entre as acusações estão cárcere privado, sexo sem camisinha, agressões físicas e verbais, perseguição e a marcação nas vítimas com as iniciais TFV. Antes de ser preso, ele fez uma série de vídeos sem informar em qual país estava. Além disso, citou “inveja” ao lembrar das denúncias. “Vocês mexeram com a pessoa errada. […] Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, obvio. Conservador, sempre”, afirmou.