O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que denunciou um suposto lobby para compra da vacina Covaxin, entrou no programa de proteção a testemunhas do Ministério Público e da Polícia Federal e deixou hoje (28) o país com a família.
A informação é do irmão dele, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Os dois prestaram depoimento na CPI da Covid, em 26 de junho, e apontaram uma “pressão anormal” por parte dos seus superiores para agilizar a importação da Covaxin, vacina contra covid-19 do laboratório indiano Bharat Biotech. O laboratório é representado no Brasil pela empresa Precisa Medicamentos, alvo da CPI.
Segundo Miranda, Luis Ricardo foi exonerado na semana passada do cargo de chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. “Isso é um absurdo completo. Um servidor público correto denuncia um possível esquema de corrupção e passa a ser perseguido. Meu irmão recebeu várias ameaças de morte”, afirma o deputado.
O destino de Luis Ricardo é mantido sob sigilo, mas ele foi visto embarcando hoje para Portugal, no mesmo voo em que o governador Ibaneis Rocha (MDB) viajou para Lisboa, onde participa de um congresso de informática.