Milton Ribeiro, o ministro da Educação, concedeu entrevista coletiva na noite deste domingo, 21, para fazer um balanço do primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médico), realizado em meio à crise de servidores no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova – eles afirmam que houve pressão para a troca de questões.
Segundo Ribeiro, no entanto, foi possível verificar que o exame foi “seguro” e não teve qualquer tipo de interferência do governo federal. O teste abordou questões sobre luta de classes, racismo, desigualdade de gênero e temática indígena.
“Tentaram politizar a prova, não houve nenhuma interferência. Talvez, se tivesse interferência, poderia ser que algumas perguntas nem estivessem ali. Não houve qualquer interferência e escolha de perguntas”, afirmou o ministro, em entrevista dada ao lado do presidente do Inep, Danilo Dupas.
“Quis salientar que, se dependesse de uma visão radical, de que o governo é radical, existem questões que tocam alguns temas que numa visão mais conservadora são mais caros ao nosso governo”, completou Milton Ribeiro, reafirmando seu posicionamento.
O ministro também tratou de minimizar a baixa participação no primeiro dia do Enem, que teve 26% de abstenção. O exame deste ano já havia registrado queda histórica no número de inscritos. Compareceram à prova 2,3 milhões de candidatos apenas. Em edições anteriores, o Enem recebia o dobro de candidatos.
“Mais importante não é o número de inscritos, mas o número de quem veio realmente fazer a prova”, disse o ministro da Educação, Milton Ribeiro, rebatendo as críticas de que as ausências têm relação com falhas do MEC em melhorar o ensino em meio à pandemia.
“Foi um número significativo porque sem o Enem uma série de outros passos da educação brasileira sofreria atraso que poderia prejudicar mais ainda os jovens que querem ascender ao ensino superior”, disse Ribeiro. “São pessoas que resolveram enfrentar todas as dificuldades.”