Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN), 43,4 milhões de brasileiros não tinham quantidade suficiente de alimentos. O número foi apresentado durante a audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados na última semana.
O alerta foi feito por Mauro Del Grossi, conselheiro da rede. “É um caso gravíssimo. Talvez o Haiti, quando teve um terremoto gravíssimo, teve uma situação parecida com essa. É um quadro dramático. Quase 117 milhões de pessoas vivendo algum nível de insegurança alimentar, 55% da população. Desses, 24 milhões, 11,5%, viviam insegurança moderada, quando os adultos comem menos do que precisam ou do que desejam”, afirmou.
A diretora executiva da Oxfam Brasil, Kátia Maia, destacou políticas voltadas à segurança nutricional que precisam ser fortalecidas. “O mundo admirava muito o Brasil por isso, porque é uma mistura, é o Bolsa Família, é o programa de aquisição de alimentos, é a merenda escolar, é o incentivo à agricultura familiar.
É um conjunto de ações que fez com que o Brasil tenha saído da situação de mapa da fome no mundo”, pontuou. Em nome do governo federal, o assessor da Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva do Ministério da Cidadania, Agostinho Colussi, apresentou as ações de combate à fome no país.
Ele citou ainda o programa Alimenta Brasil, no qual o governo federal adquire alimentos da agricultura familiar e destina à entidades assistenciais, tendo atendido entre os meses de janeiro e agosto cerca de 40 mil famílias. Um outro destaque está no programa Brasil Fraterno, de fevereiro a outubro deste ano, quando foram distribuídas mais de 2 milhões e 235 mil cestas a pessoas que mais necessitam.
A audiência na Comissão de Seguridade Social e Família foi pedida pelas deputadas Vivi Reis (PSOL-PA) e Sâmia Bonfim (PSOL-SP).
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