A balança comercial brasileira fechou 2021 com superávit de US$ 61 bilhões, o melhor resultado da série histórica iniciada em 1989, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior nesta segunda-feira, 3. O superávit é registrado quando o número de importações é maior que o de exportações.
O resultado superou o pico de US$ 56 bilhões registrado em 2017 e representa avanço de 21% ante 2020, quando o saldo entre importações e exportações fechou positivo em US$ 50,4 bilhões. O saldo do ano passado é resultado de US$ 280,4 bilhões em exportações, também recorde para o período, e US$ 219,4 bilhões em importações, o melhor desempenho desde 2014. Na média diária, o país registrou 34% de avanço nas vendas de produtos no mercado internacional, enquanto as compras tiveram avanço de 38%, informou o Ministério da Economia.
O resultado positivo no ano foi puxado pela alta de 62% da indústria extrativa em meio a disparada do preço de commodities como o petróleo e o minério de ferro. A indústria de transformação registrou alta de 26%, enquanto o agronegócio teve aumento de 22%.
Apesar do resultado recorde, o desempenho veio abaixo do projetado pela equipe econômica, que em outubro estimava saldo de US$ 70,9 bilhões. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, a diferença foi causada pelo aumento dos valores das importações causado pela valorização do câmbio no último trimestre de 2021. Para este ano, os técnicos do órgão estimam que a balança comercial feche com superávit de US$ 79,4 bilhões, aumento de 30% em comparação com 2021.
Segundo a equipe econômica, no entanto, o cenário ainda é bastante incerto devido à disseminação da variante Ômicron da Covid-19 e a implementação de novas medidas de restrição, sobretudo em países europeus.