Brasil
População em situação de rua cresce 31% em São Paulo na pandemia da Covid-19
Censo antecipado pela prefeitura da capital paulista revela dado referente aos dois últimos anos; perfil majoritário é masculino, preto ou pardo e em idade economicamente ativa
24/01/2022 09h03 Atualizada há 3 anos
Por: Fonte: Jovem Pam

A Prefeitura de São Paulo concluiu o primeiro Censo da População em Situação de Rua depois do início da pandemia de Covid-19, apontando crescimento de 30,97% do número de pessoas vivendo nas ruas da capital paulista. Em números gerais, atualmente há 31.884 pessoas vivendo em situação nas ruas da cidade. Em 2019, eram 24.344 pessoas: aumento numérico de 7.540 pessoas, equivalente a toda população em situação de rua no Rio de Janeiro. 

Desse total, 19.209 foram recenseadas quando estavam em logradouros públicos e outras 12.675 enquanto estavam abrigadas nos Centros de Acolhida da rede socioassistencial do município. O levantamento, feito pela última vez em 2019, só teria de ser repetido, conforme prevê a legislação municipal, em 2023. 

No entanto, preocupada com o agravamento da crise, a atual gestão se antecipou ao calendário e traçou o diagnóstico. O novo censo foi contratado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e realizado pela Qualitest Ciência e Tecnologia Ltda.

Os dados revelam, em relação ao levantamento de 2019, que os distritos na região administrativa da Subprefeitura da Mooca registraram o maior aumento de concentração de pessoas em situação de rua. Em 2019, havia 1.419 pessoas na região e, agora, há 2.254: um crescimento de 170%. Já na região administrada pela Subprefeitura da Sé, o aumento em números absolutos foi de 973 pessoas.

Os motivos de a população de rua se concentrar em sua maioria nos bairros ao redor da área central permanecem inalterados e estão relacionados a fatores como mobilidade, trabalho e facilidade de alimentação. 

O relatório indica crescimentos significativos da população em situação de rua em regiões como Perus, Vila Maria-Vila Guilherme e Santana-Tucuruvi, na Zona Norte; Penha, Itaquera, Ermelino Matarazzo, São Miguel Paulista, Sapopemba, Guaianases e Itaim Paulista, na Zona Leste; e Ipiranga, Vila Mariana, Jabaquara e M’Boi Mirim, nas zonas Sudeste e Sul. Em todas essas regiões, o crescimento numérico de pessoas vivendo nas ruas foi superior a 100%.