A indústria automotiva brasileira registrou em janeiro de 2022 a sua pior produção para o mês em 19 anos. O tombo é explicado pelo desabastecimento de peças, o avanço da variante Ômicron do novo coronavírus, chuvas, a realidade econômica que se impõe, a inflação, juros mais altos, os financiamentos, o orçamento cada vez mais apertado diante de tantos aumentos, os combustíveis, alimentos, escola e dos impostos sempre pontuais.
Outro fator que ajuda a explicar a queda em janeiro é a aceleração na produção em dezembro. Isso para fugir das novas regras de emissão de poluentes no Brasil, mais exigentes a partir do dia 1º de janeiro de 2022. Muitos modelos de veículos inclusive vão deixar de ser fabricados.
As montadoras produziram 142 mil carros comerciais leves, caminhões e ônibus, uma queda de 27% sobre janeiro de 2021 e de 31% em relação a dezembro do ano passado. No mesmo período, as vendas de veículos recuaram 26% sobre janeiro de 2021, a pior marca em 17 anos.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores Associação das Fabricantes (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, avalia conjunção de fatores para a queda do setor na largada de 2022. “A gente está trabalhando com uma restrição da oferta, mas a gente também, na nossa previsão do ano, a gente considera também o impacto da questão do crescimento do PIB mais tímido, do aumento da taxa de juros, a gente está considerando uma mistura dos dois impactos.
Normalmente, quando a gente faz a previsão, em um ano normal, só olha a demanda. Esse ano, a gente ainda tem que olhar a oferta, mas a demanda, por conta desse aumento da taxa de juros, que tem um impacto relevante no setor, com a indicação do governo, do Banco Central, de que vai ter que mexer na taxa de juros, aumentando, já se fala em 12% de selic… Então, essa é uma preocupação nossa”, afirmou.
Sensação
Vento
Umidade