A China anunciou nesta segunda-feira, 15, novos exercícios militares ao redor de Taiwan. A decisão é uma resposta à visita de duas semanas de cinco congressistas dos Estados Unidos. “Em 15 de agosto, o Exército de Libertação Popular organizou uma patrulha conjunta de prontidão de combate e exercícios de combate no mar e no espaço aéreo ao redor de Taiwan”, informou o exército chinês em comunicado.
A delegação dos Estados Unidos, liderada pelo senador Ed Markey, chegou a Taiwan no domingo, 14, e se reuniu com a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen nesta segunda, de acordo com a representação diplomática de Washington em Taipei. “A delegação teve a oportunidade de trocar pontos de vista com colegas taiwaneses sobre uma ampla gama de questões de importância para os Estados Unidos e Taiwan”, informou. Essa visita acontece duas semanas após a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, ir até à ilha. Decisão que provocou a ira de Pequim e estreitou ainda mais os laços entre EUA e China.
Os novos exercícios constituem “uma dissuasão contra os Estados Unidos e Taiwan por continuarem a fazer truques políticos e minar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, reagiu Shi Yi, porta-voz do exército chinês, em comunicado. “Não devemos ter medo de fazer nada, medo de deixar os visitantes entrarem e medo de deixar nossos amigos virem, só porque temos um vizinho malvado ao lado”, declarou, por sua vez, o primeiro-ministro de Taiwan, Su Tseng-chang.
A visita dos legisladores, focada em comércio, segurança regional e mudanças climáticas, de acordo com a diplomacia, não foi anunciada com antecedência. A China reagiu à visita de Pelosi com os maiores exercícios militares de sua história em torno de Taiwan: durante cinco dias, o exército enviou navios de guerra, mísseis e aviões de combate, simulando um bloqueio da ilha.
O exército chinês “continua treinando e se preparando para a guerra, defendendo resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial, e esmagando com determinação qualquer forma de separatismo da ‘independência de Taiwan’ – ilha autônoma que a China reivindica como parte de seu território – e tentativas de interferência estrangeira”, declarou Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa chinês. O governo de Taiwan acusa Pequim de usar a visita de Pelosi como desculpa para lançar exercícios que permitiriam ensaiar uma invasão.
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