Carlos BorgesCrítico Cinematrográfico
Marighella é um um filme biográfico, que tem a sua história inspirada no livro escrito pelo jornalista Mário Magalhães. Onde mostrou neste livro, os últimos cinco anos de vida do guerrilheiro, escritor e político Carlos Marighella. Para quem não sabe, Carlos Marighella foi considerado um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira.
O longa teve a sua estreia barrada nos cinemas diversas vezes, mas o filme chegou hoje, 04 de novembro, aos cinemas brasileiros. Lembrando que Marighella estreou mundialmente há mais de dois anos, durante a 69ª edição do Festival de Berlim.
A partir de agora muita atenção, porque o texto a seguir pode conter spoilers!! Então se você ainda não assistiu ao filme, recomendamos você parar de ler agora.
O roteiro foi escrito por Felipe Braga e Wagner Moura, onde afirma de forma bem clara, e desde o início do filme que o Brasil sofreu sim um golpe militar em 1964. O filme não abre espaço para suposições sobre esse assunto, todo enredo foi construído em cima dessa afirmação. Isso é um ponto positivo do filme com toda certeza.
Desenvolvimento
O filme começa com alguns recortes da Ditadura Militar, para na sequência apresentar o protagonista Marighella (Seu Jorge), e os seus amigos revolucionários. Logo, essa apresentação acontece em uma cena de trem, onde temos um plano sequência que foi dirigido com muita maestria pelo Wagner Moura.
Sabemos que o filme tem como foco o personagem Marighella, que é perfeitamente interpretado pelo Seu Jorge. Mas desde o início, percebe-se que o desenvolvimento da história é muito bem distribuído entre todos os personagens do filme. Assim, o roteiro conseguiu amarrar as tramas secundárias com a principal, deixando todos os personagens conectados no decorrer da produção.
Além disso, gostei da forma como a história foi dividida, intercalando algumas passagens de tempo, com muita ação, perseguição policial, momentos familiares, participação de figuras públicas e as cenas de torturas. Particularmente, essas cenas de torturas são muito fortes, com certeza você vai sentir um mix de sentimentos.
Direção e Elenco
Conforme já mencionado, Wagner Moura fez a sua estreia como diretor de um filme. No longa ele utilizou alguns planos sequências, truques de câmera para esconder alguns fundos de cenários, pois sabemos que esse é um filme de época, e fica muito mais caro fazer grandes cenários, então esse recurso foi uma escolha certeira do diretor.
O que não ficou legal foram as cenas de perseguição com a câmera tremida, onde acompanha de perto os personagens na rua ou em outras ambientações da história. Pois essas cenas ficaram sem foco, confusas e muito ruim de assistir. Mas no contexto geral, o Wagner Moura está de parabéns pela ótima direção do filme Marighella.
A produção conta com um elenco de peso, além do Seu Jorge no papel principal, ainda temos Adriana Esteves, Herson Capri, Luiz Carlos Vasconcelos, Humberto Carrão e muitos outros. Portanto, o que não faltou foram ótimas atuações e entrega total dos atores em seus respectivos papéis.
Além disso, tenho que destacar a atuação de Bruno Gagliasso, ele no papel do antagonista da história é sensacional. Você vai sentir raiva desse personagem do início ao fim do filme.
Resumindo, Marighella é um bom filme biográfico, pois conseguiu mostrar para quem está assistindo um pouco da vida desse personagem tão importante da história do Brasil, que foi o Carlos Marighella.
Bônus:
A produção vem recebendo muitos elogios por parte dos críticos especializados. O longa dirigido por Wagner Moura, alcançou incríveis 88% de aprovação no Rotten Tomatoes, que é considerado um dos principais sites de crítica mundial. Já no IMDB, que junta críticas de especialistas do mundo todo, a série recebeu nota 6,5, onde o máximo é 10.
Sensação
Vento
Umidade