A produção da indústria automobilística recuou 25% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2020. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, ressalta o agravamento da falta de peças e componentes nas linhas de montagem, que provoca a paralisação sistemática das atividades do setor.
“Agora a gente está enfrentando, desde o início do ano, as consequências na cadeia de logística, na cadeia de produção, e isso tem afetado substancialmente vários setores na economia, mas no setor automotivo em especial, por falta de semicondutores”, afirma Moraes.
O Brasil está inserido numa crise global. Consultorias internacionais apontam que, somente neste ano de 2021, haverá uma perda de 10 a 12 milhões de veículos, que vão deixar de ser fabricados no mundo. A expectativa de normalização passava pelo segundo semestre de 2022, mas agora o setor já avalia 2023.
E para 2022 também já há uma perda estimada em 5 milhões de veículos. “É um grande desafio. Estamos tentando fazer um grande esforço para fechar o ano com melhores rumos em termos de produção, para poder atender os clientes, a demanda tanto de veículos comerciais como de veículos leves, demandas de rede de concessionárias, demanda de clientes finais e também a grandes frotistas em especial”, diz Moraes.
As vendas acompanharam o tombo da produção, -24%, no pior mês de outubro desde 2016. No acumulado do ano, as montadoras produziram 1,82 milhão de carros comerciais leves, caminhões e ônibus. Uma alta de 16,7% sobre janeiro a outubro de 2020. Ano marcado pela pandemia e fechamento prolongado de fábricas e concessionárias.
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