A estudante brasileira Verena Paccola, de 22 anos, recebeu um prêmio após descobrir 25 asteroides ao participar de um projeto da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. Um dos corpos, o chamado asteróide fraco, que se movimenta na órbita de forma mais devagar segundo ela, pode se chocar com a Terra.
“Eu ainda não tive tempo de analisar qual dos 25 que é o asteroide fraco, que tem uma órbita diferente do resto. Mas quando eu analisar isso, vai dar para fazer sim o diâmetro, provavelmente, é ter uma ideia da órbita. É porque para definir essas coisas são várias observações no decorrer dos anos, de diferentes partes da Terra, para definir mais coisas dos asteroides”, disse a estudante do segundo ano de medicina da USP de Ribeirão Preto, ao G1.
Verena conta que, durante a pandemia de Covid-19, em 2020, estudava para o vestibular da medicina em casa, em Indaiatuba, mas queria uma atividade alternativa para distrair a cabeça diante da pressão para entrar na faculdade.
Cansada do conteúdo do Ensino Médio, decidiu se inscrever no treinamento da Nasa que havia visto na internet. “Me passaram o cadastro para o software de caçar asteroides. Eles começaram a me passar pacotes de imagens tiradas de um telescópio que fica no Havaí para eu analisar. Esse programa dá para achar vários corpos celestes, várias coisas no espaço, mas o que eu aprendi a detectar era asteroide mesmo. Tinha programação que eu fazia no software, jogava as imagens. Cada pacote de imagens era composto por quatro imagens tiradas em sequência lá do espaço”, explicou.
O software lançava imagens em sequência para ela. “Então, se eu via alguma coisa se movendo, eu fazia uma análise numérica daquele objeto e via se poderia ser um asteroide ou não. Isso gerava um relatório no próprio software, que era enviado para a Universidade de Harvard, que é o centro mundial que analisa esse tipo de coisa, e eles enviavam para a Nasa para ver se era mesmo um asteroide ou não”.
Nos relatórios dela, os números batiam com a margem do que poderiam ser asteroides. Depois, a Nasa confirmou que a estudante havia descoberto ao menos 25 corpos, sendo que um deles era considerado de grande importância para a agência espacial americana. “Eu descobri que existem classificações de asteroides, que na verdade eu nem sabia, porque eu sou da área da saúde.
Eu acabei descobrindo, então, um asteroide que é diferente, que ele se move mais devagar e é chamado de asteroide fraco nesse grupo, que são os asteroides mais importantes. Normalmente os que caem na Terra, os que têm chances de colidir, são os asteroides fracos, então eles exigem uma atenção maior”, disse.
Por conta da descoberta, ela foi premiada em Brasília em dezembro de 2021. Verena recebeu um troféu do coordenador do programa “Caça Asteroides”, da Nasa, e do ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações.
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