Automobilismo

Ferrari dá passo importante antes de congelamento de motores da Fórmula 1

Equipe teve de se reprogramar depois que seu motor foi investigado pela FIA no fim de 2019

16/10/2021 12h14
Por: Redação
Fonte: O Tempo

As quatro fornecedoras de motores da Fórmula 1 estão na reta final da preparação de atualizações para as unidades de potência, cujo desenvolvimento será congelado a partir da temporada que vem até o fim de 2025, antes de a categoria fazer alterações significativas em seu regulamento. Por isso, quem ficar para trás agora vai ter que amargar quatro anos difíceis.

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Cada uma delas vive um certo drama particular antes do congelamento. A Renault faz a opção mais arriscada, de remodelar totalmente sua unidade de potência, que é basicamente a mesma desde 2019 e hoje é a mais fraca das quatro.

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Já a Honda -que está de saída da Fórmula 1, mas vai apoiar o projeto da Red Bull Powertrains, divisão de motores da Red Bull que é montada desde o fim do ano passado- optou por adiantar o projeto que iria para as pistas em 2022 e aplicou as mudanças já neste ano, o que é um dos fatores que têm ajudado Max Verstappen a estar na liderança do campeonato

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É esperado que os japoneses ainda encontrem mais performance antes de 2022, mas o ritmo do desenvolvimento não será o mesmo em comparação com o visto entre o fim de 2020 e início de 2021.

Na Mercedes, há uma preocupação com os problemas de confiabilidade que a equipe principal e suas clientes tiveram nesta temporada, especialmente no motor a combustão. Os alemães correm contra o tempo para se certificarem de que a unidade de potência congelada de 2022 não tenha este mesmo tipo de problema.

Mas quem enfrenta a missão mais difícil é a Ferrari, que teve de se reprogramar depois que seu motor foi investigado pela FIA no fim de 2019. Embora a Scuderia não tenha sido penalizada oficialmente e o resultado destas investigações tenha ficado sob sigilo, não resta dúvidas de que eles tiveram que mudar algo fundamental -muito provavelmente no uso do combustível-, porque seu rendimento caiu vertiginosamente.

Para piorar, de 2020 para cá, devido às alterações no regulamento decorrentes da pandemia, a recuperação teve que ser feita a conta-gotas, usando fichas de desenvolvimento, o que limita a quantidade de mudanças que podem ser feitas.

Ainda assim, os italianos se adaptaram à situação e dão passos significativos com cada atualização. A última delas, que passou a ser usada por Charles Leclerc na Rússia e por Carlos Sainz na Turquia, focou no sistema de recuperação de energia.

Essa mudança gradual da Ferrari é interessante porque, enquanto dá tempo para o setor de pesquisa e desenvolvimento pensar em novas soluções, vai colocando tudo à prova aos poucos, até que eles cheguem ao produto final no começo de 2022. A julgar pelo otimismo do chefe ferrarista, Mattia Binotto, o plano está dando certo.

"Nós forçamos o máximo que era possível com essa nova tecnologia. E isso certamente vai nos ajudar na visão de 2022 em relação ao que podemos fazer. É por isso que nós introduzimos essa mudança o quanto antes, até aceleramos o projeto, e assumimos alguns riscos. Mas é um risco calculado, porque é claro para nós a importância de colocar isso na pista antes do congelamento", declarou.

Binotto não quis falar em números, mas salientou que a atualização foi importante para que Leclerc conseguisse se classificar em quarto lugar no grid na Turquia, por exemplo.

O fato é que as últimas seis etapas do campeonato serão um bom indicativo se a Ferrari deu mais um passo rumo à recuperação da potência de seu motor, que era o melhor da Fórmula 1 em 2019, se tornou o pior em 2020 e hoje está bem mais perto de Mercedes e Honda.

Antes de 1° de março de 2022, ou seja, antes de a temporada que vem começar, é permitido que cada fornecedora homologue um novo motor a combustão, um turbocompressor e um MGU-H.

Estas são as partes mais complexas das unidades de potência e não poderão ser mais modificadas até o fim de 2025. O prazo para o restante dos componentes (MGU-K, central eletrônica, bateria e sistema de exaustão) é dia 1° de setembro.

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