Novos ataques de tanques russos foram registrados a noroeste de Kiev, capital da Ucrânia, neste sábado, 12, com a maior força das tropas terrestres russas, que antes estavam paradas próximo à cidade. Os novos bombardeios foram registrados a 25 quilômetros do centro da capital e várias outras cidades foram cercadas, também sob bombardeio pesado como afirmou o Ministério da Defesa do Reino Unido. Na última sexta, 11, os ingleses já previam a retomada do combate em Kiev, após análise de imagens de satélite que apontavam para reagrupamento de tanques russos na localização. A capital ucraniana abriga todo o comando político do país, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky e seus ministros.
Sirenes de ataques aéreos soaram na maioria das cidades ucranianas na manhã de sábado, pedindo às pessoas que procurassem abrigos. Em um lento avanço para tentar chegar a Kiev, a Rússia mantém a estratégia de guerra semelhante a já realizada em ofensivas anteriores, na Síria e na Chechênia, de esmagar a resistência armada com ataques aéreos e em seguida bombardeios terrestres. Esse tipo de ataque foi o utilizado, por exemplo, para isolar a cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia. A expectativa é que o mesmo seja tentado na capital ucraniana e em outras partes do país. As cidades de Kharkiv, Chernihiv, Sumy e Mariupol permaneceram cercadas sob pesados bombardeios russos.
Em um comunicado, Zelenskiy disse que a Ucrânia havia atingido um “ponto de virada estratégico” na guerra. “É impossível dizer quantos dias ainda temos [pela frente] para libertar a terra ucraniana. Mas podemos dizer que o faremos. Já estamos caminhando em direção ao nosso objetivo, nossa vitória”, disse ele. A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse esperar que vários corredores humanitários sejam abertos neste sábado para milhares de moradores nas cidades bombardeadas, inclusive da cidade portuária sitiada de Mariupol a Zaporizhzhia.
“Espero que o dia corra bem, todas as rotas planejadas estejam abertas e a Rússia cumpra suas obrigações de garantir o regime de cessar-fogo”, disse Vereshchuk em um discurso em vídeo após repetidos esforços de evacuação esta semana fracassados. Pelo menos 1.582 civis na cidade de Mariupol, no sudeste do país, foram mortos como resultado de bombardeios russos e de um bloqueio de 12 dias, disse o conselho da cidade em um comunicado online nesta sexta-feira.
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